Abrimos e fechamos ciclos na vida, assim que é. Encerrei mais um. Assisti a pré-estreia do último filme de Harry Potter à 00h05 da última sexta-feira. E já começo o texto com a sensação que tudo o que eu escrever aqui será ineficiente para dizer o que senti, o que sinto.
Comentei esses dias que conheci Potter quando eu tinha 14 anos. Quase uma década depois, vejo nos telões a conclusão de uma história que fez (e faz) parte de mim. Não mais terá a expectativa do próximo filme ou livro que está por vir. E eu gostava dessa espera.
Mas, vamos ao filme.
É comovente por demais. Do começo ao fim é sensível e forte. O suspense e a tensão já no primeiro segundo do longa prende o telespectador. E, sobretudo, é a humanidade dos personagens que rege a conclusão da saga. A união dos amigos Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger é de se admirar. E também de todos os bruxos que lutam pelo bem, que sofrem com as perdas, os que se vão ou continuam seguindo. Vemos valores que dão gosto.

Há muita ação regada a belos efeitos especiais que enchem os olhos do público. As imagens são belas e compõem perfeitamente cada instante de amizade, de coragem, de persistência, de beijos, de bondade, de revolta, de ódio, de amor.
Potter continua a busca pelas Horcruxes, seguido de seus amigos. Ousado e corajoso, faz o que tem que ser feito, enfrenta quem tem que enfrentar. E as características que o fez ser Harry Potter transbordam em cada cena.
A emoção nos pega pelo abraço dos amigos, pela entrega, pelas lágrimas, pelas perdas, pelos olhares, pelos diálogos. O ponto do filme é a doação de si pelo outro. É incrível.
A batalha de Potter e Voldemort confere grandes cenas e diálogos. A expressão estampada no rosto de cada um denota os sentimentos que têm enquanto se enfrentam. Aliás, as expressões de cada personagem dizem muito.

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Severo Snape
Eis o grande. Snape, tanto no livro, quanto no filme, foi espetacular. Eu faço parte do grupo que acreditava que ele não era bom. Errei. É o personagem mais comovente da história. Lembrar Severo emociona. A bondade e a capacidade de amar escondidas atrás da figura ranzinza, pouco amigável e injusta é incrível. Mas, Dumbledore já havia prometido não revelar o que Snape tinha de melhor. Tivemos que adentrar suas memórias para ver o cara de aparência dura e expressões secas chorar a morte da mulher amada em segredo, e a afeição que tinha por seu filho, Potter. “Sempre!”, como disse.

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Outros momentos tristes foram as mortes de Remo Lupin, Ninfadora Tonks e Fred. Eu sempre gostei muito dos gêmeos Weasley, e o sofrimento de Molly, George e Rony foi difícil.
O encontro de Harry, ao caminhar para sua morte, com seus pais, Sirius Black e Lupin também foi muito comovente.
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E não podia faltar a dose de humor. Tocadas, principalmente, por Rony e Neville, o filme arranca risadas nos comentários bobos, por assim dizer, e divertidos dos bruxos.
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O longa atribuiu cenas que não havia no livro, e garantiu um toque especial. Mesmo que, claro, faltaram vários detalhes do impresso, principalmente no quesito explicações, não cabe querer ver cada página interpretada. No pouco mais de duas horas, o filme preencheu minhas expectativas, fez jus aos fãs e à grande história para os que leram. Encerrou com classe.
Ao fim, tudo valeu a pena, nada foi em vão. E dezenove anos passam. E nos despedimos.
Deixa saudades.
Foi perfeito.